VOZ Q CLAMA: SINTONIA - Além do Plano Carnal

“Entre os seres pensantes há ligação que ainda não conheceis. O magnetismo é o piloto desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor” - Resposta questão 388: O Livro dos Espíritos, Allan Kardec

Fisicamente estou distante das pessoas relacionadas nesta narração, são mais ou menos 2600 km que nos separam corporalmente, porém mentalmente essa distancia inexiste.

O pensamento é velocidade luz, as suas correntes de forças atuam tão eficientes quanto o sistema on line.

Eram aproximadamente meia noite de um fim de semana, e eu há quase uma hora estava nessa meditação pacífica vibrando intensamente bons pensamentos para todas as reflexões de imagens que surgiam em meu inconsciente, onde muitas eram reflexos da atividade do trabalho semanal, ano 2009.

Foco a minha atenção para a região onde se localizava a casa de alguém que me é mui fraterno, idealizando a essas pessoas: paz, saúde, felicidade, bom ânimo e que as “forças Divinas” protegesse os arredores de sua residência. Assemelhava que a minha mente alcançava uma lucidez ampliada; pressinto que conseguia vibrar em uma acentuada concentração mental; e sentia que estava parcialmente desligado do corpo físico com plena consciência.

Adentro então a frequência da emancipação espiritual fora do corpo físico; e, começo a distinguir sutilmente vibrações eterizadas do meio ambiente dessa região onde convivem essas pessoas.

De repente naquele jogo de imagens mentais surge uma vibração que me surpreende: ouço perfeitamente a voz de uma criatura conhecida e que há alguns meses (deste fato) falecera na vida carnal, e agora ali a sua voz qual onda do rádio penetra na acústica dos sentidos do meu corpo astral, e se torna inteligível em forma de súplica intensa exorando aos Poderes Divinos a misericórdia do seu auxílio. E estranhamente percebia que a sua prece repetia várias vezes a rogativa, em tom suplicante.

Será que eu estava apenas delirando? Mas aquela voz era inconfundível, eu a reconheceria no meio de várias vozes de pessoas diversas. Instantaneamente desfila em minha mente imagens e lembranças dos seus descendentes que ainda vivem na existência humana. Foram frações de segundos, mas a impressão que sugestionou à fonte de minha mente espiritual, era como se fosse uma coisa indefinível no tempo e espaço.

Ao despertar daquele estado de percepção sutil, fiquei sugestionado comigo mesmo: Que tipo de auxilio essa consciência esperava obter no plano espiritual? Será que ela estaria sofrendo no outro lado da vida, por não se encontrar ainda habilitada às coisas novas que se sucediam nessa nova fase de vida que fora chamada pelas leis da Natureza? Não bastaram os sofrimentos que ela passara no transcurso da vida material, até o seu falecimento no corpo carnal. Apesar dela, várias vezes me confessara em particular, na época em que vivera como pessoa humana: “que não acreditava em intercambio espiritual entre os “vivos da Terra e os redivivos do Além-túmulo”.

Bem, pouco importa ela ter pensado dessa forma outrora influenciada, desde criança, pelas idéias contraditórias de sua Igreja evangélica. As Leis da Vida espiritual são magnânimas, justiceiras acrescida de misericórdia, progressistas e extremamente benfeitoras visando sempre o progresso espiritual.

Procurei orientação na própria Bíblia sagrada, em 1 Samuel 28. 1 a 20 que relata a comunicação espiritual entre Samuel que já era falecido na existência carnal, e o rei Saul ainda habitando o mundo dos homens. E, especialmente no ensinamento de Jesus, no evangelho de Lucas, capítulo 16 versículo 19 a 31 onde fala das almas de pessoas que se reencontram no Além após o término da existência terrestre, e até se reconhecem no outro lado da vida.

Descrição viva de exemplos que revela a ordem que preside o destino dos seres nos planos espirituais, de acordo as provações realizadas na vida física. Essa narração evangélica assim descreve:

Determinado homem afortunado desde o berço, e que esbanjara com sensualismo os bens na vida material. E depois que falecera no plano carnal estava sofrendo no Além uma condição de insulamento. E, na dimensão extrafísica abrindo os olhos para a realidade da vida imortal demonstra preocupação com os familiares na vida humana e, solicita então consolo de alguém conhecido seu de velhos tempos terrestres e que se chamava Lázaro – o mendicante, e que depois da morte corporal fora habitar num plano mental edênico como coroamento pelos seus sacrifícios com resignação vencidos na luta humana.

Só que no meu desdobramento eu ainda estou no plano físico, encarnado, e era exatamente alguém do outro lado da vida, que me instava a sua atenção com urgência.

Três dias mais ou menos fiquei analisando aquelas imagens que me ocorreram naquela meditação tentando decifrar sua linguagem.

De repente repontou uma sugestão nas minhas idéias: Por que pelo menos não corresponder (por telefone) e saber como estavam indo os descendentes daquela criatura?

Então tomei a iniciativa e liguei para a amiga X, com a qual sempre me comunico e lhe pedi que verificasse detalhadamente, como estavam passando os filhos da dita criatura já falecida (a qual me aparecera naquela projeção mental surpreendente, cuja presença eu pressentira a sua voz direta em minhas meditações). Porém, não revelei para amiga X o fato sobre a visão espiritual suplicando a Deus ajuda a seus familiares ainda vinculados à existência carnal.

O certo é que X fez todo um trabalho de averiguação e veio ao seu conhecimento inquiridor, que estavam acontecendo coisas desagradáveis com um dos familiares direto da falecida: vícios, desavenças, inimizades... E uma dessas inimizades, com intenções maléficas estava planejando executar uma crueldade com a pessoa envolvida nessas tentações carnais, e que era descendente em primeiro grau da aparição contactada na meditação.

Pelo fato dessa pessoa estranha espreitar, já alguns dias, marcando presença nos arredores da residência do descendente da falecida, analisando os hábitos do alvo e aguardando o momento propício para a consumação do ato delinquente. O objetivo de seu delito agravou-se, pois ficou fácil se comunicar à Policia local que veio imediatamente investigar a ocorrência, e constatou-se com o agressor que espreitava em um bar nos arredores porte ilegal de arma de fogo, sendo logo preso em flagrante, pois já havia outras queixas contra o mesmo, evitando-se assim um mal maior que causasse lesão à integridade física de um irmão de humanidade, que era descendente em primeiro grau da aparição familiar que vislumbrara na prece ao Poder Divino, e que pedia auxilio para esse familiar ainda na vida corporal terrestre.

Curiosamente: a amiga X fica intrigada com o lance de como à distância, mais de 2600 km fora possível pressentir o drama que estava por consumar-se com um dos familiares da criatura que não mais pertencia ao plano físico carnal? E que se não fosse o meu pedido urgente e persistente jamais ficaria sabendo daquele caso que estava por confirmar-se, ali na sua vizinhança, envolvendo pessoas de sua intimidade familiar; e, que precisava de proteção, e então me questiona com insistência: por qual meio eu ficara sabendo dessas coisas?

Eu apenas lhe respondi: “tive um sonho com ela, em aparição espiritual, e que estava em atitude de prece no outro lado da vida, exorando a Deus a misericórdia do seu auxílio a esse filho que estava em dificuldades”.

Conscientização: Apenas fora intuído; não interferimos em nada. Quem fez todo trabalho benfeitor e protetor foi Deus por meio de suas forças invisíveis, atendendo assim à suplica de uma alma leal a seus familiares ainda vinculados à existência humana. “Deus não é Deus de mortos. Assim esclareceu Jesus em Lucas 20. 38”