quinta-feira, 10 de março de 2011

REENCARNAÇÃO, o renascer de novo "aspectos racionais e religiosos"

          Jesus pediu aos seus seguidores ação e cordialidade nas tarefas de difusão dos seus ensinamentos: o que vos digo ao anoitecer, anunciai ao amanhecer; e o que escutais aos ouvidos, divulgai publicamente.   (Mateus 10.  27)

          Evangelho significa Boa Nova, a boa nova: do amor, da paz, da justiça, da fraternidade, da verdade, das consolações espirituais que vertem do Plano Divino à mente humana. E ninguém alcança o sentido dessas revelações desconsiderando os questionamentos básicos da vida: as causas das provações da existência material, das desigualdades intelectuais e morais dos seres humanos, da conscientização do que somos, por que nascemos, por que vivemos e por que morremos, e qual o destino final de nossa alma, ou, espírito para além das dimensões da existência física terrestre? E um dos questionamentos que mais interrogam a mente humana é se já vivemos na existência física humana em tempos passados, ou seja: em outras reencarnações até mesmo para racionalizar com coerência os transtornos morais, os sofrimentos físicos, as provações involuntárias que os seres humanos passam na existência terrestre; ou mesmo se é possível a nossa alma retornar a esta vida material em futuras gerações, para cumprir alguma etapa de seu crescimento espiritual para a vida eterna?   

          Sentidos racionais da reencarnação: renascimento, ou seja, nascer de novo; ressurreição na carne; ressurgir novamente no plano físico da existência material para cumprir uma nova etapa de aprendizado, que faculta no tempo e espaço a evolução da alma. A alma integra os sentidos e sentimentos do espírito. Esse processo natural é um mecanismo de despertamento e ascensão para o reino divino, que significa um estado de espírito, de felicidade interior, paz, sabedoria, amor e perfeição que o ser está destinado a desfrutar dentro da harmonia celestial no Universo da Vida, e que conecta a criatura de modo relativo com o seu Criador.
          No decorrer da Civilização terrestre, através das eras, períodos que narram os fatos da história humana, a reencarnação não é um principio novo; e sim, o seu sentido, a compreensão racional data de aproximadamente há mais de 10 mil anos. Desde que o ser humano entendeu que dentro dele há uma força energética imortal que se chama alma e que essa alma é que sobrevive após a morte carnal; uma vez que lhe foi dada oportunidade de nascer no plano material, a esta vida a alma pode retornar no curso das gerações sucessivas para cumprir o programa progressivo da criação.  Isso nos leva a compreender melhor a Justiça de Deus no transcurso das gerações.  
          Religiões antigas (antes do Cristo) que já acreditavam na reencarnação:
- Hinduismo, na velha Índia  - Há mais de 5.000 anos antes de Jesus
- Os Vedas e Upanichades  (Índia) (Há 2000 aC)
- Jainismo (Índia) – há mais de 10 séculos antes do Cristo
- Budismo há mais de 5 séculos a. C (Índia, China, Tibet, Japão)
- Zoroastrismo (Pérsia) há mais de 1500 a.C
- O Livro dos Mortos (Egito) há mais de 2000 a.C
- Caballa (judaísmo)  há mais de 1000 a.C

          Assim, quando nasceu o cristianismo essas religiões antigas já ensinavam a reencarnação, através de seus mestres – pensadores. Há milênios antes da era cristã a reencarnação já era um principio divulgado pelos sábios antigos como lei da Natureza, o seu conhecimento era vasto na Índia, no Egito, na Grécia, na Pérsia (hoje Irã), na China e também entre os antigos Hebreus. Só para frisar a importância de um ensinamento milenar na alma popular, mais da metade da população do planeta Terra acredita na reencarnação, isto é 2/3 da humanidade. Porém, no contexto da existência humana, um índice bem pequeno alcança a compreensão lógica de como realmente se processa esse mecanismo nas consciências das almas através das gerações.
          Significados (nomes) que se davam à reencarnação, através dos tempos:
Metempsicose; Transmigração da alma através dos corpos; Preexistência (vidas passadas); Palingênese (grego), que quer dizer nascer de novo – o ciclo dos renascimentos; Ressurreição na carne para os hebreus; e na atualidade chamamos, simplesmente: Re-en-car-na-ção.
          Para fazermos um estudo abrangente da reencarnação, é necessário também que compreendamos o Universo no qual nos movemos, existimos e temos a nossa razão de viver. Para isso é útil sabermos que no Universo há um dinamismo intensivo da energia, que é a capacidade de realizar trabalho. Alias, na gênese bíblica já esclarece essa grande verdade, pois conforme prescreve a sua narração que, no principio de todas as coisas, o Verbo da Criação de Deus se manifestou: Haja Luz (Gêneses 1. 3). Os diferentes potenciais da energia, ela não é somente elétrica, mecânica, química, cinética, eólica, mas é também, radiante, astral, nuclear, vital, orgânica, magnética, espiritual e finalmente divina.  Assim dentro destes princípios desenvolvem-se os corpos que os seres espirituais se revestem quando sofrem nascimentos na matéria (corporificam energias) para desempenhar suas missões nas crostas astrais. Compreendendo o conceito de corpo, alma e espírito... Ou, como ensinam os espíritas: corpo, espírito, e perispírito, ou como evidencia a espiritualidade: corpo, energia, e consciência.
          A reencarnação expressa Justiça com equidade na ordem da Criação de Deus
          Analisando os seguintes e parâmetros: o que é que admite as crenças (Igrejas) que não acreditam e nem aceitam a reencarnação? A alma ao finalizar a sua existência física, se não conseguir o seu passaporte para o plano celeste (entrada no reino de Deus), ela estará para sempre na condenação eterna. E será que esse princípio de crença, da intolerância penal, não seria um contra-senso? Em virtude de Jesus ter ensinado aos seus seguidores o perdão e reconciliação com os inimigos. E como é que nós criaturas falíveis temos que praticar a virtude exercitando o perdão, abençoando e nos harmonizando com os nossos mais ferrenhos inimigos; e DEUS que é um ser superior, perfeito, absoluto em todas as coisas, faltaria da sua parte com o mínimo princípio da misericórdia, não tendo compaixão das suas criaturas que erram nas trevas? Negando-lhes assim uma nova oportunidade para o recomeço das provas? Isso é uma contradição por que a criatura não pode ser superior ao Criador.
         Cúmulo do Egoísmo: como é que nós seriamos felizes no céu de luz ficando insensíveis aos nossos afetos mais sinceros pais, ou filhos, ou irmãos, ou amigos, e até mesmo a adversários, vendo-os sofrer num inferno indefinidamente sem chances de reeducação para o melhoramento e grandeza diante da vida?
          Ah! Afirmam os negativistas intolerantes da virtude: a morte física bloqueia as lembranças dos nossos afetos mais nobres. Mas não foi isso o que Jesus ensinou na parábola do Rico e Lázaro, demonstrando com imagens reais que aqueles que estão do outro lado da vida também se lembram, perfeitamente, dos seus entes queridos (vide ensinamento no Evangelho S. Lucas 16. 19 a 31). E também se passássemos por esse esquecimento inconsciente sem sabermos as razões pelas quais estamos nos deleites do paraíso, tal principio seria um caos na Justiça Divina que recomenda a perfectibilidade em nossa convivência comunitária: sede perfeitos como perfeito é vosso Pai Celeste (Mateus 5. 48) E que Deus faz nascer o sol sobre os bons e sobre os maus, e descer as chuvas da bonança sobre os justos e injustos  (Mt 5. 45)
          Agora o que é mais justo, mais coerente, expressando a Justiça com equidade: deixar uma alma sofrendo eternamente num inferno infindável (do outro lado da vida), simplesmente por ela ter vivenciado uma existência concluída, de 80 anos, num mundo tão cheio de desigualdades como evidencia a vida humana; e essa alma por não conseguir elevar-se aos planos da vida superior, e depois de seu falecimento no corpo carnal, ela estará fadada a vagar indefinidamente no caos da amargura. Ou, dar-lhe uma nova oportunidade de reeducação conduzindo-a para uma nova existência, em outra geração no desdobrar dos séculos, abrindo-lhe assim os horizontes de uma nova oportunidade e de um renascimento na existência carnal com provações de caráter corretivo.
          Outro principio causal que atesta a reencarnação, como uma lei natural: a alma é imortal? Ou a vida acaba com a morte física? Qual o princípio de causa e efeito que organiza os ascendentes morais, intelectuais e mesmo físicos das criaturas? Pois a Ciência atesta que o homem atual é mais evoluído que o homem das cavernas. Sem a reencarnação teríamos que admitir o acaso na Justiça e Criação de Deus, ser absoluto e perfeito. Agora com os renascimentos sucessivos da alma no plano físico, o próprio progresso que almas alcançam no transcorrer das eras é que faculta às criaturas no decorrer contínuo das sociedades, capacidades intelectuais e morais mais desenvolvidas e confortáveis do que as coletividades das eras primitivas.
           Qual o princípio espiritual que vai abrir os meios invisíveis e imperceptíveis para uma existência onde tudo transcorre com perspectivas de desenvolvimento moral e intelectual para os seres, no curso das eras? Sob empuxo da reencarnação o ser espiritual evolve da selvageria para a civilidade, e da civilidade para a espiritualidade, e da espiritualidade para a angelitude, e finalmente da angelitude para a razão divina.
          A alma não é apenas um foco imortal destituída dos sentidos e sentimentos. Os sentidos e sentimentos da Alma são elaborados nas sucessivas existências que o ser atravessa nos planos materiais, por exemplo: o amor, a virtude, a sabedoria, a inteligência, o sentimento de justiça e caridade e mesmo a fé, são conquistas interiores. À medida e intensidade que o ser vivencia aprendizados e experiências, ele, o ser espiritual está elaborando em si mesmo (na sua consciência profunda) os sentimentos que lhe despertam a grandeza de participar do plano divino, ou seja, o reino divino na intimidade do ser; por isso foi que Jesus sentenciou: o reino divino não vem com aparências exteriores (Lucas 17. 21) Em outras palavras está dentro de nós mesmos.
          Racionalmente nós temos consciência através da reencarnação que a sabedoria que fizerem de alguns personagens serem consideradas geniais, e agirem de modo diferente de seus contemporâneos nos diferentes estágios que a humanidade vivenciou através dos séculos, não são frutos de um acaso inconsciente; e sim são reflexos das experiências adquiridas no curso das reencarnações, por exemplo: Sócrates, Platão, Demócrito, Copérnico, Aristóteles, Confúcio, Buda, João Batista, Santo Agostinho, Galileu Galilei, Isaac Newton, Francisco de Assis, Albert Eeinsten, Sigismund Freud, Mozart, Ericons, Thomas Edison, Oswaldo Cruz, irmã Dulce, Chico Xavier... 
          Como vamos discernir com equidade, por exemplo: Jesus se referindo à genialidade na sua época, naquela geração a respeito de João Batista: dos nascidos de mulher ninguém é maior (mais genial) que João, e que de todos os profetas ele é o mais respeitável...  
          Por quê? E o Mestre já dá a resposta com lógica (vide passagem em Mateus 11. 7 a 14: porque João é o profeta Elias que retornou, depois de 9 séculos para vivenciar uma nova missão.  
          Como a alma de Elias reapareceu no cenário terrestre? Em Lucas cap 1 o Evangelho explica: que anjo Gabriel, que desempenhava a função de mensageiro celeste, e que naquela missão era o protetor espiritual de Elias, foi designado para confirmar a nova existência dessa alma ilustre e, aparecendo em visão espiritual ao futuro genitor Zacarias, lhe comunica: que Isabel (esposa de Zacarias) ia conceber um filho, e que esse filho já era um predestinado às coisas sagradas preparando os novos tempos de regeneração humana, anunciando a passagem messiânica do Cristo. E o anjo para marcar essas revelações, na compreensão dos povos, demonstrando a preexistência, a programação existencial e confirmando assim a reencarnação de Elias na vida humana, enfatiza: ele deve se chamar JOÃO (Lucas 1. 13), nessa nova existência, e está nele o espírito e virtude de Elias (Lucas 1. 17).
          Outro aspecto bem relevante que elucida a reencarnação como principio natural de aperfeiçoamento da alma para o plano divino, é que apesar de Elias ser uma alma bem evolvida no que diz respeito aos profetas da revelação do antigo testamento, segundo a palavra do Cristo (Mateus 11. 12 a 14). No entanto, o espírito de Elias ainda não havia alcançado a plenitude da vida celestial para se transportar definitivamente aos planos de vida do infinito espiritual. Fora necessário, dessa maneira, submeter-se a uma nova experiência educativa na vida carnal, com intuito de despertar a grandeza celeste. Veja o que afirmou Jesus, no seu evangelho: dos nascidos de mulher (concernente a existência carnal) não apareceu alguém maior que João (entenda-se que o Mestre está se referindo às pessoas de sua época). Mas o menor no reino dos Céus é maior do que ele (Mateus 11. 11). Com essa ênfase Jesus nos revela que João Batista apesar de ser Elias reencarnado (vejam as passagem evangélicas confirmando: Mateus 11. 14 e em outro lance Mateus 17. 12,13 e também em Lucas 1. 17, apesar da sua bagagem preexistencial predestinada às grandes missões iluminadoras ainda não poderia ser qualificado no reino dos Céus como um dos pequenos ou seja, menor.
           Bem esses destaques do Mestre: menor e maior quando se refere ao reino dos Céus, nos faz compreender que na vida celeste e divina há uma hierarquia espiritual, uma ordem conferindo grandeza de valores morais e intelectuais para o infinito cósmico. Assim, há menores, médios, maiores e superiores no que concerne aos planos da vida celestial. E o menor lá, nesses planos de luz divina, é muito maior do que qualquer categoria intelectual na vida terrena. Isso porque na existência que transcorre no seio imaterial da mente divina, o ser desperta os sentidos transcendentes de sua personalidade e se integra às harmonias da vida celeste.
          Vamos analisar a seguinte passagem evangélica: Quem não gostaria (na atualidade) de ter sido contemporâneo de Jesus, participar com ele desse movimento de renovação planetária, conviver os momentos íntimos de sua sabedoria e seu sublime amor. O que achamos das pessoas que foram chamadas para serem seus discípulos? Sortudos? Ou Predestinados? Bem, olha o chamado de Jesus, na intimidade dos corações: não fostes vós que me escolhestes, mas sim eu que vos escolhi (João 15. 16). E qual o critério moral que Jesus utilizou para escolher os seus discípulos para o seguirem com tanta renúncia, amor e desprendimento? Conscientemente, Jesus sabia que aqueles homens simples destituídos das aparentes vantagens materiais da vida humana eram almas virtuosas lapidadas no curso da preexistência que programa o cenário de nossas vidas.
          À Luz destes raciocínios lógicos vamos entender com equidade a predestinação, conforme o apostolo Paulo descreve em Romanos 8. 29 a 30: “Aos que Deus conheceu anteriormente (preexistência) também os predestinou, e aos que predestinou a esses chamou, e aos que chamou justificou para participarem da gloria divina”
Obras para estudo:
Bíblia sagrada, edição João Ferreira de Almeida, e Antonio Figueiredo;
CÉUS: Abrahão Ribeiro

Intensivo de Difusão Espiritualidade


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